
A grande maioria das ETEs brasileiras não possui nenhum tipo de aproveitamento energético do biogás, que é simplesmente queimado e lançado para a atmosfera. Essa rota representa um problema ambiental, uma vez que o metano, componente principal do biogás, possui um impacto cerca de 28 vezes maior que o do CO2 para o efeito estufa. Embora o aproveitamento energético do biogás a partir do tratamento do esgoto seja uma tendência, ainda existem muitas incertezas quanto à estabilidade de sua produção e garantia de captura nas ETES que adotam alguma tipologia de processo anaeróbio.
Adicionalmente, é essencial o completo entendimento e controle das emissões atmosféricas decorrentes dos sistemas de esgotamento sanitário, particularmente das ETEs, devido aos efeitos locais, a começar pelos maus odores (relacionados notadamente ao sulfeto de hidrogênio) e efeitos globais, decorrentes da majoração do efeito estufa (metano).
O conjunto articulado de projetos de pesquisa possibilitará o conhecimento mais aprofundado das possibilidades e condições necessárias para o incremento de aproveitamentos energéticos e gerenciamento dos subprodutos gasosos em ETEs. Entre os projetos de pesquisa, destacam-se:
- Caracterização da variabilidade da produção e constituição do biogás em ETEs;
- Desenvolvimento de sistemas simplificados de tratamento de biogás;
- Desenvolvimento de técnicas para controle de emissões gasosas e aplicação de modelos numéricos a fim de avaliar a dinâmica de dispersão atmosférica de poluentes emitidos por ETEs.