As primeiras aulas de química que temos na escola são justamente sobre este assunto: as fases da matéria. A lei de Lavoisier, de que na natureza nada se cria, nada se perde tudo se transforma nos acompanha até formarmos no ensino médio, ou em alguns casos (como o nosso) até o resto da vida.

As mesmas fases que aprendemos nas aulas de química também estão no tratamento de esgoto. Hoje o tema do blog é justamente sobre elas. Você sabe tudo sobre as fases do tratamento de esgoto? Continue a leitura para saber mais.

 

Fase líquida do tratamento de esgoto

fase líquida do tratamento de esgotoO tratamento do esgoto bruto pode acontecer em 3 fases. Na fase líquida, esta sempre presente, ocorre principalmente a remoção de matéria orgânica do esgoto, de modo que seja possível, dentro dos padrões ambientais de lançamento, despejá-lo em um corpo hídrico receptor. Nessa fase, é possível tratar o esgoto a níveis elevados o suficiente para utilizar o efluente como água de reúso, caso exista, por exemplo, um contexto de escassez hídrica local, ou para fins considerados menos nobres, diminuir poeiras de vias, por exemplo.

Para reutilizar essa água é imprescindível o monitoramento das diversas etapas do tratamento de esgoto de modo a garantir a qualidade do tratamento. No Brasil essa qualidade é medida de acordo com a quantidade de matéria orgânica que o tratamento consegue eliminar do efluente. Aqui, no INCT ETEs Sustentáveis, foi desenvolvido um equipamento, chamado Amostrador Automático Etsus 1000, que facilita o monitoramento das diversas etapas por meio de amostragens compostas.

Por mais que a maior parte do esgoto seja líquido, esta não é a única fase dele no tratamento de esgoto. Continue a leitura para conhecer sobre a fase sólida e gasosa.

 

Lodo de esgoto: a fase sólida do tratamento de esgoto

A fase sólida é relativa ao lodo gerado, que em processos de tratamento biológico estará sempre presente. Na maioria dos casos esse lodo será biológico, mas caso se utilize coagulantes, por exemplo, para melhorar a decantação primária, o lodo gerado será químico.

O lodo biológico é composto, usualmente, por uma mistura de sólidos sedimentados nos processos de tratamento biológico, matéria orgânica recalcitrante e metais pesados. Dependendo do processo de tratamento, o lodo gerado pode apresentar diferentes características.

No tratamento por lodos ativados, o lodo é gerado continuamentee necessita de posterior digestão para ser estabilizado (diminuição do risco de putrefação e concentração de patógenos). Por outro lado, reatores anaeróbios como o UASB, geram um lodo em uma freqüência eventual e já estabilizado.fase sólida do tratamento de esgoto

A destinação do lodo é um aspecto extremamente importante para gestão de uma ETE (Estação de Tratamento de Esgoto). Embora represente apenas cerca de 1% do volume tratado pela ETE, o gerenciamento do lodo custa entre 20% e 60% do total gasto com a operação de uma ETE.

No Brasil, o lodo é normalmente encaminhado para um aterro sanitário, e para tal, precisa ser desidratado, já que 95% do lodo é composto por água. Isso pode ser feito, por exemplo, em um leito de secagem, para que o seu transporte para destinação final seja viável. No entanto, se higienizado adequadamente este pode ser aproveitado como um fertilizante para agricultura, ou para recuperação de áreas degradadas.

A seguir falaremos sobre a fase gasosa das estações de tratamento de esgoto. Continue a leitura e aprenda.

 

Os gases do tratamento

A fase gasosa é relativa aos tratamentos anaeróbios, que produzem o biogás durante a digestão anaeróbia. Este gás, composto principalmente pelo metano, apresenta elevado potencial poluidor ao meio ambiente, sendo o principal gás de efeito estufa no mundo (GEE).

fase gasosa do tratamento de esgotoEm contra partida o metano é um gás de alto poder calorífico, o que significa que tem um potencial energético muito alto. Se o biogás for tratado, ele pode ser aproveitado na cozinha (substituindo o gás utilizado hoje), geração de energia elétrica, energia térmica para tratamento térmico do lodo, entre outros usos.

Atualmente algumas estações de tratamento de esgoto no Brasil já aproveitam, o chamado biogás, para geração de energia. Entretanto essa prática ainda não é muito difundida e para evitar maiores problemas ambientais geralmente o gás produzido é queimado de modo a reduzir seu impacto no efeito estufa.

No próximo domingo, por volta das 19h, no nosso IGTV e no Facebook, falaremos de como essas fases podem interagir entre si em uma ETE. Mantenha-se conectada(o) conosco, siga nossas redes sociais e fique por dentro das novidades sobre tratamento de esgoto e saneamento básico.