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Pesquisa desenvolvida no departamento de química da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) testa o uso de processos eletroquímicos para eliminação de compostos orgânicos na água.

“Os pesticidas são amplamente utilizados na forma de combate a pragas ou no seu controle. Seu uso intensivo e seu manejo incorreto tem causado a contaminação do meio ambiente, bem como de corpos d’águas”, explica o pesquisador Fábio Gozzi, responsável pela pesquisa “Estudo da degradação de pesticidas em água por métodos eletroquímicos de oxidação avançada”, bolsista PNPD/Capes e membro do Grupo de Fotoquímica e Eletroquímica Aplicada do Inqui, liderado pelos professores Amilcar Machulek Junior e Silvio Cesar de Oliveira.

Professor Fàbio Gozzi com planta para tratamento eletroquímico de água
O pesquisador alerta que o Brasil e mais especificamente a região Centro-Oeste apresentam grande utilização de agroquímicos devido à imensa área agricultável. “Dessa forma, os processos eletroquímicos oxidativos avançados (PEOAs) têm sido amplamente investigados com o objetivo de viabilizar sua aplicação no tratamento de águas contaminadas com pesticidas”.

O Brasil superou há alguns anos os Estados Unidos da América em importação de agrotóxico, tornando-se o maior importador mundial de pesticidas. “O mais preocupante é que pesticidas abolidos de uso pelos americanos e europeus continuam sendo usado aqui, mesmo diante de varias evidencias que demonstram a toxicidade”.

Pesquisa

Célula eletroquímica tipo filtro-prensa
Com base em experiência na Universidade de Barcelona – onde desenvolveu parte dos estudos em doutorado sanduíche, o pesquisador Fábio Gozzi iniciou as pesquisas laboratoriais no Inqui com um sistema de bancada e agora está gerenciando o processo de aplicação em planta piloto com a célula eletroquímica tipo filtro-prensa.

“Usamos eletrodos que promovem a degradação dos compostos orgânicos no tratamento da água. Para funcionar, aplicamos uma determinada corrente que geram os oxidantes peróxido de hidrogênio e radical hidroxila. Esse sistema eletroquímico, que gera espécies como o radical hidroxila, elimina os pesticidas da água a níveis não detectáveis de pesticidas”, explica o pesquisador.

“Normalmente, fazemos uma adição de outro reagente, o ferro, para que gere mais radical hidroxila. Assim, temos a possibilidade de trabalhar com três processos eletroquímicos: a oxidação anódica (sem adição de ferro), eletro-Fenton (com adição de ferro) e fotoeletro-Fenton (com adição de ferro e utilização de luz artificial ou natural)”, diz.

O pesquisador realiza a comparação dos três processos eletroquímicos. “Há alguns pesticidas mais recalcitrantes, mais difíceis de serem destruídos pelo sistema, e uma combinação de processos pode melhorar isso, mas geralmente o fotoeletro-Fenton é o melhor”, avalia o professor.

Segundo o professor Fábio, esse sistema pode se tornar autônomo, principalmente em um Estado como Mato Grosso do Sul onde há faixa de luz solar bastante ampla, o que permite montar um sistema fotovoltaico para a geração de energia e deixar o sistema fotoeletroquímico autossuficiente em energia.

Tratamento

No tratamento convencional geralmente é feita a transferência de fase da água, quando são eliminados sedimentos ou matéria orgânica. Depois a água passa pela cloração para ser liberada para consumo, mas existe uma certa quantidade de compostos que resistem a esses tratamentos.

Por isso o processo eletroquímico no tratamento da água seria uma etapa terciária, para a retirada dos agrotóxicos ou outros compostos como fármacos, que não são eliminados no processo convencional.

Sistema de bancada
Muitos se preocupam com os poluentes, mas existem subprodutos que são até mais tóxicos, oriundos da aplicação dos processos de tratamento desses compostos, segundo o pesquisador. “Estudamos a degradação, efetuamos o tratamento, verificamos quais sãos os subprodutos gerados nesse tratamento, porque cada um pode ter uma toxicidade diferente. Além disso, durante o estudo é feita a análise de toxicidade desses subprodutos gerados pelo tratamento aplicado”.

Algumas cidades enfrentam problemas de contaminação por agrotóxicos da água potável servida a população. “Nesse caso poderia ser aplicado um sistema de tratamento avançado como o eletroquímico, porque os convencionais não dão conta de fazer esse tratamento”, enfatiza Fábio.

O pesquisador alerta que não existe uma metodologia, com fiscalização e controle, de contaminação da água por agrotóxicos, apenas resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) que trata de alguns parâmetros de qualidade da água e de limites máximos permissíveis.

“Deveria ser obrigatório a quem contamina o solo com agrotóxicos fazer coletas em profundidade para verificar se está atingindo o lençol freático ou não. A única resolução vigente é para empresas de aplicação de pesticidas com aviação e ela diz respeito ao tratamento de resíduos da lavagem das aeronaves”, expõe.

Pelo alto valor, não existem no Brasil muitos estudos fazendo monitoramento de rios, de lagos, do lençol freático. “Normalmente quem faz esse tipo de estudo são as universidades por ser de interesse público e acadêmico, mas não é de interesse político, nem econômico, porque bate de frente com as empresas agroquímicas”, afirma o pesquisador.

A maioria dos pesticidas, alerta Fábio, são compostos orgânicos chamados de recalcitrantes, e dentro desses existem os compostos emergentes – os quais não há muitos estudos em relação à toxicidade humana ou de animais, podendo trazer consequências ainda desconhecidas.

A grande discussão em relação aos tratamentos avançados é relacionada ao custo, diz Fábio. “O nosso sistema é para tratamento de água contaminada por compostos orgânicos, incluindo agrotóxicos, e se demonstra eficiente. O custo para implantação desse processo de tratamento seria o gasto energético somado ao dos reagentes, com a vantagem de não deixar resíduos após o tratamento. Além disso, devido o Estado de Mato Grosso do Sul possuir uma alta incidência de raios solares a maior parte do ano, o custo energético pode ser suprimido com a utilização da radiação solar”, conclui o pesquisador.

Fonte: Paula Pimenta (UFMS)

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