O Projeto é coordenado pelo Prof. Dr. Fernando Fabriz Sodré da Universidade de Brasília (UnB) e tem a participação de membros dos INCT ETEs Sustentáveis. Resíduos de drogas de abuso e de seus produtos de metabolização surgem no esgoto em função do estilo de vida das sociedades modernas. Mediante o desenvolvimento de métodos analíticos para quantificar tais substâncias no esgoto, torna-se possível estimar o consumo de drogas de abuso pela população de maneira empírica, não invasiva e em tempo real. Essa estratégia, a epidemiologia baseada no esgoto (EBE, do inglês, wastewater-based epidemiology), tem sido empregada em vários países para complementar resultados obtidos por entrevistas, pesquisas epidemiológicas, censos, dados de internações, apreensões pelas agências de segurança e prescrições médicas.
De uma maneira geral, relatórios sobre o uso de drogas demoram a ser publicados, podem estar sujeitos ao viés das respostas dos entrevistados, ao desconhecimento das drogas de fato consumidas, e às limitações quanto ao montante aprendido que pode não representar os reais cenários de uso e circulação de drogas. Diferentemente dos mecanismos usuais de coleta de informações, a EBE permite investigar variações geo-espaciais e temporais relacionados às dinâmicas de consumo de diferentes drogas de abuso e substâncias psicoativas, como os cocaínicos, canabinoides, anfetamínicos, opioides, estimulantes, além do álcool e de novas drogas sintéticas.
É nesse contexto que se propõe um projeto nacional de estimativa do uso de drogas pela análise de esgotos de forma a gerar dados temporais e espaciais em diversas cidades brasileiras em apoio às políticas nacionais de redução de oferta e demanda coordenadas pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD).
Maiores informações no site: https://www.aqqua.unb.br/pesquisa/projetos/cloacina